Nossa que matéria alienada e alienadora, ao que parece, escrita por quem não sabe nada da cultura Hip Hop, com um recorte que induz o conflito entre as diferentes vertentes do Rapbr.
A diversidade musical, de ritmos e temas é, e sempre será, bem vinda, mas reduzir o RAP e o movimento Hip Hop a publicidade de marcas famosas, como diz a matéria, reforçando ainda mais a alienação do sistema capitalista consumista, "porque as minas gostam", o tornando mais uma ferramenta de alienação no mercado da música e nas mãos da elite, é uma vergonha.
Está claro, que a mídia e o mercado da música e seus produtores estão se esforçando para esvaziar o rap e o movimento Hip Hop através de uma higienização, como fizeram com o samba, o tornando mais um produto de embalagem bonita na pratileira sem nada a dizer.
Além disso, tentam rachar o movimento incitando preconceito (uma das causas de engajamento da qual o movimento luta para eliminar) e mal estar entre as diferentes linhas de abordagem do RAP e seus artistas e militantes.
É claro que a maneira de se fazer RAP mais radical, indignada e direta vai ser criticada. Pois ela fala diretamente ao povo oprimido, instigando à reflexão e conscientização sobre as injustiças sociais impostas por um sistema escravocrata. Essa conscientização é uma ameaça a hegemonia da classe dominante que teme toda manifestação subversiva que propõe mudança. O que eles pretendem com isso? Abafar a voz do povo, garantindo o sucesso da cultura do silêncio nos negando o direito a palavra. Mantendo assim, a estrutura de nosso sistema social.
Além disso, o amor e amizade sempre foram abordados no RAP durante toda década de 1990, toda e qualquer manifestação indignada com as injustiças sociais se funda no amor, mesmo que seja expressada de forma radical e rebelde.
Além disso, o amor e amizade sempre foram abordados no RAP durante toda década de 1990, toda e qualquer manifestação indignada com as injustiças sociais se funda no amor, mesmo que seja expressada de forma radical e rebelde.
Criticar a linha mais pesada do RAP que deu a cara a tapa e sofreu com preconceitos tornando a visibilidade e o espaço que essa nova geração esta tendo possível, é no mínimo ingratidão.
Há inúmeras maneiras de se abordar um mesmo tema e todas elas são válidas não existe melhor ou pior cada um segue sua linha. E se as injustiças sociais existem, e não se enganem elas estão tão presentes quanto antes, elas devem ser tema, sim, de um movimento cultural que lutou e LUTA pela liberdade, igualdade de oportunidades e tratamento. Mesmo que abordada de formas diferentes. Quanto mais diversidade de temas e abordagens, dos velhos e mesmos problemas que persistem em nossa sociedade, melhor.
O único Rap que explora a miséria é aquele que sobe sustentado pelo povo e ao subir vira as costas para a periferia que tornou essa ascensão possível.
Há inúmeras maneiras de se abordar um mesmo tema e todas elas são válidas não existe melhor ou pior cada um segue sua linha. E se as injustiças sociais existem, e não se enganem elas estão tão presentes quanto antes, elas devem ser tema, sim, de um movimento cultural que lutou e LUTA pela liberdade, igualdade de oportunidades e tratamento. Mesmo que abordada de formas diferentes. Quanto mais diversidade de temas e abordagens, dos velhos e mesmos problemas que persistem em nossa sociedade, melhor.
O único Rap que explora a miséria é aquele que sobe sustentado pelo povo e ao subir vira as costas para a periferia que tornou essa ascensão possível.
A expansão da cultura Hip Hop para outras classes sociais é positiva e até natural, o que é negativo, é dizer que a cultura saiu do gueto, como sugere a matéria, é querer centralizar a cultura e passar a negar a periferia, quem fizer isso vai cometer um suícidio. O modismo passa.
A diversidade e mudança, se ocorridas de forma natural, agregam valor e não devem ser criticadas, há espaço para todos.
Agora, aos que estão se preocupando em vender seu peixe forçando uma mudança para se adaptar ao mercado e pregar a alienação consumista do capitalismo selvagem, ao invés de conscientização, digo que não foi rebolando que um grupo de RAP vendeu 500 mil cópias em uma semana e mais de 1 milhão e 500 mil cópias de um disco. E ao contrário do que alguns pensam, não foi graças a classe média, é bom lembrarmos que só na região do Jd. Angela na zona sul de São Paulo temos, aproximadamente, um milhão de habitantes.
É bom lembrarmos " O ser humano vive da dignidade e não da aparência". Por isso, por favor, não vamos reduzir um movimento cultural pela liberdade a mais uma ferramenta de alienação e manipulação.
Lembrem-se: Cultura Hip Hop é COMPROMISSO com os injustiçados e oprimidos do mundo.
6 comentários:
Se liga nesse som, nessa batida
Foi essa adrenalina que mudou muitas vidas
Garimpou, peneirou, encontrou, queimou, moldou,
Lapidou, esmerilhou, na lima afiou
E o moleque emancipado pelo RAP zumbizado
Em uma espada de dois gumes virou
Uma lamina sem dó o mal destrói
Enquanto a outra o bem bravamente constrói
Uma delas surpreende "matando" o capitalista
Enquanto a outra o prisioneiro executado ressuscita
Cada golpe é uma foiçada amolada
Que sangra toda história manipulada
Que cambaleia, agoniza e escancara o que sabe
Revelando os lendários lutadores populares
Que na rebelião pela vida
Ceifaram a morte
Na rebelião pela vida
Remediaram o corte
Que ainda dói, pois as feridas não cicatrizaram
Continuamos a guerra que ancestrais batalharam
RAP Favelado tem poder de alertar
RAP Indignado tem poder de resgatar
RAP Rebelado tem poder de transformar
RAP Zumbizado tem poder de emancipar
Não é atoa a revolta que nossas palavras atiram
São anos, séculos, milênios que nos escravizam
Palmares, o Cangaço, Canudos o Hip Hop, tudo isso não surgiu atoa
Nasceram contra a degradação de milhões de pessoas
Alanshark - Fora de Frequência - SP
Nota do autor: Revisado dia 15/04.
Havia um trecho se referindo a uma declaração de uma importante figura do Rap nacional. Confiei na memória e citei a Rollinstone como fonte. Depois de reler a matéria apurei que não foi nessa fonte que tive acesso a declaração e como não encontrei a fonte originária resolvi retirar o trecho. Peço desculpas pelo equívoco.
P.S Apesar do fato passar, aparentemente, desapercebido pelos leitores do post(ao menos ngm me chamou a atenção)resolvi assumir o erro e retirar o trecho deixando esta nota.
Anderson, confesso que ler seu post na sequência da matéria me tranquilizou, pois o reducionismo gritante e o esvaziamento de sentido conferido ao rap ali, é um paradoxo em si mesmo, além de ser injusto e carente de argumentos. Parabens pela crítica!
Lilian
Lilian muito obrigado pela visita e comentário. Eu fico feliz que vc tenha se identificado com a reflexão sobre a matéria. abs
gostei da sua resposta ao artigo da revista época.
curto os estilos diferentes de rap e devemos cantar o que a alma sente mas na real o sistema está higienizando o rap e fudendo com nossa cultura de rua, temos sim nossos momentos de festas em que devemos viver e curtir dentro desse mundo da sobrevivencia mas não podemos nos esquecer do próposito , do objetivo fundamental da cultura hip hop.
Vlw por reforçar a reflexão com seu comentário. obrigado pela visita e colocação. Nós por Nós.
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